quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Remédio fracionado não "pegou"

Segue abaixo matéria publicada no Jornal da Tarde ( 30.01.07 ) que explica algumas das razões do aparente fracasso da prescrição fracionada.

"Embora a venda de medicamentos fracionados tenha sido aprovada há dois anos pelo governo, a proposta ainda se arrasta com dificuldades e não chegou à grande maioria dos consumidores. A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (
Anvisa) admite que poucas farmácias se interessaram pelos produtos em embalagens econômicas, mas lembra: a venda dos itens fracionados não é obrigatória. O objetivo do governo, com o programa, era possibilitar aos pacientes a compra de alguns tipos de remédios na quantidade exata receitada pelo médico, para evitar desperdícios. Em vez de adquirir uma caixa inteira de determinado produto, o consumidor pode levar um único comprimido, se esta for sua necessidade. A proposta inclui o fracionamento de medicamentos de diversas especialidades médicas, como anti-hipertensivos, diuréticos, antibióticos e expectorantes. De acordo com a Anvisa, é possível fracionar 62 remédios, em 437 apresentações distintas. Porém, até agora apenas dez laboratórios conseguiram a autorização do governo para produzir as embalagens fracionáveis, o que reforça a baixa colocação dos produtos no mercado. 'O problema é que não tem demanda pois, para vendermos os fracionados, o consumidor precisa apresentar uma receita. No entanto, os médicos continuam prescrevendo as embalagens tradicionais, por falta de costume mesmo', criticou o presidente da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABC\n Farma), Pedro Zidói. A indústria, no entanto, já afirmou diversas vezes que o programa fracassou por causa do comércio. Segundo afirmam os laboratórios, o fracionamento só não têm conseguido beneficiar os consumidores porque o varejo está relutante em vender os produtos, que saem em média 15% mais baratos em relação aos itens em embalagens convencionais.

Farmais, Farmax, Drogão e Antares) simplesmente não oferecem os itens fracionados.Já a Onofre informou ao JT que os produtos em embalagens menores estão disponíveis apenas em algumas unidades da rede.Como exigência da Anvisa, o consumidor deve apresentar uma receita médica na drogaria na hora de adquirir os fracionados. Além disso, o farmacêutico deve acompanhar o processo de divisão da drágea - ele não é obrigado a repartir a cartela pessoalmente, mas deve supervisionar a separação dos comprimidos, conforme regra estabelecida pelo governo.

30/01/2007 - Jornal da Tarde - SP
RODRIGO GALLO, rodrigo.gallo@grupoestado.com.br

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